O processo analítico dá-se pelo encontro entre analisante e analista, em um espaço e tempo determinado. Encontro esse cujo princípio fundamental é o trabalho com o inconsciente, que ocorre através da associação livre. O espaço de escuta é desprendido de julgamentos, preconceitos e dogmatismos. O analisante associa livremente, estabelecendo uma construção que surge de um saber não sabido. O inconsciente designa especificidades próprias, as quais podem ser acessadas por meio dos sonhos, dos lapsos, dos chistes e dos sintomas manifestos. Especificidades que, de acordo com Lacan, constituem a tão conhecida expressão do inconsciente estruturado como uma linguagem.
A escuta do analista passa por intervir no que produz sofrimento ao sujeito, possibilitando a elaboração dos sintomas. O sintoma pode ser entendido como um mal-estar estabelecido devido à repressão de conteúdos não identificados conscientemente. A direção da cura no trabalho analítico é do analisante saber o que fazer com seu sintoma, ou seja, desenosá-lo pela via inconsciente, através da palavra.