O bebê humano nasce com um organismo e precisa construir um corpo. Ao nascer, esse bebê necessita de ao menos um (1) ano de sua vida para conseguir sustentar-se na posição de pé. Após, surgem outros tempos nos quais esse pequeno sujeito, aprenderá outras habilidades, tais como: correr, saltar, parar, sentar, relaxar, banhar-se, higienizar-se, vestir-se, alimentar-se, desenhar, escrever, recortar, enfim. No entanto, todas essas “aprendizagens” não acontecem automaticamente, nem tampouco por um esforço solitário da criança. Ela depende do outro para saber o que é esse instrumento que se chama “corpo” e o que precisará fazer para aprender a ser seu dono. Depende do desejo do outro/Outro, para torná-lo seu e, assim, desejar movimentar-se. Porém, nem sempre as coisas andam bem nesse processo de apropriação do corpo: hiperatividades, inibições, paralisias, descoordenações, disgrafias, problemas espaço- temporais. Tudo isso é PSICO...MOTRICIDADE. Ou seja, não operamos apenas com o motor, senão que com o psicomotor. Da mesma forma, não operamos apenas com um corpo, senão que, com um sujeito com um corpo em movimento. Corpo discursivo, corpo de um sujeito que possui história e que é inserido em uma cultura. Assim, a psicomotricidade é um campo que trabalha o sujeito desejante com um corpo em movimento.
É uma prática que direciona o olhar para o corpo e os movimentos de um sujeito desejante. A atuação do psicomotricista se dá através do brincar como elemento estruturante e constituinte, através de uma escuta do sujeito, com seu corpo, suas posturas, seus movimentos, seus gestos, seu tônus e seu modo de conviver com o outro. O brincar é o palco no qual se fazem circular os significantes com os quais o sujeito se apresenta.
Se destina a todas as crianças pequenas e adolescentes que apresentam sofrimentos psíquicos e problemas em seu desenvolvimento, que afetam o corpo e seus movimentos.